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jul 12 2010

España Campeona: a consagração do espírito de grupo!

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Dois corações. À pergunta: é possível um amor compartilhado? Respondo que sim sem pestanejar. Nunca deixarei de ser brasileira, mas já me sinto meio espanhola. Não pelo processo de nacionalidade, que ao fim e a cabo é só um documento. Mas por tudo que envolve amar algo, um lugar, uma identidade.

O que aconteceu ontem foi tão bonito. Eu na verdade nem curto muito futebol, é que não posso estar concentrada todo o tempo que demanda um partido. Vendo um bola de um lado para o outro. O que eu acho o máximo são as comemorações, a força que tem esta bola em mover multidões, em dar sentido patriótico. Um sentimento tão enorme e incompreensível.

Pela primeira vez desde que vivo por aqui, vejo mil e uma bandeiras espanholas pela rua. De repente, a bandeira que os espanhóis tanto relacionavam com a ditadura nojenta de Franco, passa a ter um novo sentido, um novo significado. Até aquele pessimismo inerente de séculos de um catolicismo pervertido, que nada tem a ver com as bondades de Deus, mais bem com as sacanagens dos homens, parece que deixa espaço a um otimismo ainda tímido mas incipiente.

Isto é o que me fez desfrutar com esta Copa, ou Mundial como chamam por aqui. Um Mundial de coisas estranhas como a saída da França. Um Mundial onde se pode perceber o machismo(ainda!) reinante no mundo quando a imprensa achou por bem julgar a uma jornalista como pouco profissional só porque era namorada de um goleiro. Vocês conseguem imaginar a situação contrária? Um homem sendo julgado incompetente por ser “o noivo” de uma esportista de elite???

Um Mundial em que durante a final de ontem, foram transmitidos mais ou menos 9 milhões de tweets. Um Mundial que se fez ainda maior pela força das redes sociais. Um Mundial que além dos 23 heróis espanhóis, tem como “sub-herói” a um polvo!? E como imagem consagradora: um beijo?!

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Pois é, este Mundial onde todos tinham voz, onde todas as grandes seleções estavam presentes, Espanha se consagrou não por um jogador em si, e isto também é de se aplaudir de pé, mas por todos e cada um. Até o goleiro reserva, Pepe Reina que não entrou em campo dizem que ajudou naquele penalti que Casillas defendeu.

Já é hora que o mundo seja realmente mais global e deixe de depender de 1 herói. “Eu sei que você fez os seus castelos e sonhou ser salvo do dragão”. Mas não vivemos um conto de fadas e o mais importante não é o príncipe ou a princesa e sim um conjunto de gente que se sinta unida por algo, e saia na rua gritando ao final de um jogo de bola: “Eu sou espanhol, espanhol, espanhol …” seja a nacionalidade que seja, o importante é ter razões para sentir que se pertence a algo, que se forma parte de algo maior que nosso próprio umbigo!

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Entre campeões!

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Gerard Piqué, deu literalmente o sangue pela seleção! Além de ser lindo!

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Madrid – Cibeles

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Barcelona

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Até em Paris houve comemoração!

Fotos: www.elpais.com
Video: http://www.youtube.com/user/Mikimacbook#p/a/u/0/Rxln0q3KZVs