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set 23 2018

Museu Arqueológico Nacional de Atenas – Guia de visita

Museu Arqueológico Nacional de Atenas – um pouco de história




Construído entre 1886 e 1889 para abrigar grande parte dos objetos arqueológicos procedentes da Pré História e da Antiguidade Clássica encontrados na Grécia.

Durante a 2a. Guerra Mundial, o imponente edifício de estilo neoclássico, foi fechado. Para preservar as obras, todas foram encaixotadas e levadas para locais seguros, evitando-se a destruição em bombardeios e saques. Algumas caixas chegaram a ser enterradas!

O processo de reocupação do museu ocorreu entre 1945 e 1 64. Em 1999, um terremoto danificou o museu que novamente teve que fechar suas portas. Reabriu em 2004 para as Olímpiadas.
Museu Arqueológico Nacional de Atenas

Museu Arqueológico Nacional de Atenas – o que não devo perder

“The Thinker”

Museu Arqueológico Nacional de AtenasCaraca, começamos no final do Neolítico. Isso mesmo, na pré-história. Esta peça foi encontrada na Grécia Continental, ao norte de Atenas, a uns 270 km desta cidade. Sua datação? 4.500 – 3300 a.C.

A teoria mais aceita é que represente uma divindidade relacionada com a fertilidade da terra. Desta peça, para a próxima se passaram uns 500 anos, o que não era muito, levando em consideração as dificuldades de ir de um lugar para outro. Ou seja, que as tecnologias desenvolvidas por uma cultura pudessem chegar às outras.

Neste meio tempo, surge uma baita cultura nas ilhas do Mar Egeu, onde temos por exemplo, Mikonos, Santorini, Paros, Naxos, Delos, etc.

Máscara de Agamenón

Máscara de AgamenonUma das peças mais famosas da cultura micênica. Os micênicos eram guerreiros e demonstravam sua riqueza construindo palácios enormes.

Esta máscara se encontrou na tumba de um rei micênico, estava sobre seu rosto. Foi realizada em ouro, entre 1550 e 1500 a.C.

Apesar de ser conhecida como “máscara de Agamenon” as datas não coincidem entre quando viveu este rei e quando se realizou. Aliás, nem se sabe se o o tal do Agamenon existiu de verdade ou foi mais um personagem mítico da “Ilíada”, de Homero.

O artista que a realizou, olhou para o difunto e tirou do seu rosto a parte mais importante. Aquilo que simplesmente era essencial para ser reconhecida como sua máscara. Ele simplificou as feições do rosto.

E por que se realizou em ouro? Para demonstrar poder, status social, mas também como forma de aproximar o rei à sua condição de quase Deus, tal qual no Egito Antigo. E seus olhos estão fechados porque assim se representa o sonho da morte.

Jóias junto ao morto

No Peloponeso, pode-se visitar o recinto arqueológico onde se encontrou esta máscara. Agora procure na vitrine estes polvos de ouro..
Museu Arqueológico Nacional de Atenas
Agora observe o pino de prata com cabeça de ouro em forma de deidade feminina coroada. Provavelmente era uma jóia que se utilizava no cabelo.

Tanto este pino como os polvos foram encontrados na mesma tumba da “Máscara de Agamenon”. Imagine a riqueza da pessoa enterrada, aliás as vitrines junto à máscara, mostram parte do que se encontrou junto a este objeto na mesma câmara funerária.

Cerâmica dos homens com armadura

Uma das peças-estrela do museu. Vemos homens com armaduras, como se estivessem partindo para a batalha. Olha a infinidade de detalhes, como o artista já sabia como dar uma ideia de movimento, como coloca as pernas para que o desenho pareça menos plano.

É do século 12 a.C. e este vaso teria a função de armazenar a mistura de água com vinho, que era a forma como se consumia o vinho naquela época. Também foi encontrado em Micenas.

As cores dos desenhos, ou seja, os pigmentos utilizados serão os mesmos que você verá nas primeiras cerâmicas gregas.
Cerâmica da Grécia Antiga

Sala 6: Figura cicládica (enorme)

Museu Arqueológico Nacional de Atenas Vimos na sala 1 uma cabeça de estátua cicládica, nesta sala uma figura enorme. Estas figuras alongadas são as mais importantes criações da arte cicládica. Normalmente são figuras femininas. As figuras masculinas são mais raras e comumente aparecem como caçadores, guerreiros ou músicos.

O mármore era pintado. Aplicava-se preto ou azul escuro para indicar os olhos, sobrancelhas e cabelo; vermelho para enfatizar as bochechas, dedos dos pés e das mãos. Em poucos casos, também aplicavam o vermelho nas orelhas, bocas e narinas. Em vermelho também são representadas jóias e símbolos de prestígio, bem como motivos na pele. Em verde são ocasionalmente pintados detalhes decorativos.

Datada entre 2.800 a 2.300 a.C., tem 1,52 metros de altura. As figuras variam muito de tamanho, desde 8 cm até imagens como esta, que não eram usuais.

Sala 21 : Artemisian Jockey

No eixo central do museu numa sala vermelha, aparece o grupo escultórico do jovem jockey com o cavalo. Parece que a qualquer momento, eles vão sair cavalgando pelo museu.

Este grupo de bronze foi encontrado junto com outras obras em um naufrágio junto ao Cabo Artemisiano entre 1928 e 1937. Ele estava todo despedaçado, apenas em 1971 se remontou este grupo. É fácil ver as peças, pare um pouco diante e imagine este baita puzzle diante de um restaurador!

Data de 140 a.C., já estamos na Antiga Grécia.

Pausa para um lanche no bar-restaurante na planta abaixo. É um lugar relaxante!
Museu Arqueológico Nacional de Atenas

Sala 7: Ânfora Monumental

Os vasos são a mais importante fonte de estudo das pinturas gregas. Há pouco tempo se descobriram pinturas em tumbas em Paestum, mas até então apenas os vasos nos davam informação sobre esta forma de fazer arte na Grécia Antiga.

Isto não significa que eles não pintassem sobre outros suportes. Mas que até agora não se encontraram estes elementos ou quem sabe estas pinturas se perderam pelas mãos do homem ou por causas naturais.

As ânforas eram usadas sobretudo para armazenar e transportar líquidos, mas também podiam conter frutos secos ou cereais.

Esta ânfora é gigantesca e corresponde ao período tardio geométrico, entre 760 e 750 a.C., depois eles vão começar a fazer representações cada vez mais realistas.

Esta peça foi encontrada no cemitério de Kerameikos (aqui mesmo em Atenas) e mostra uma cena de luto. Podemos ver o morto e junto a ele um grupo de homens, mulheres e grianças que lamentam sua morte com o gesto de colocar as mãos na cabeça. No restante do vaso, as pinturas são de motivos geométricos. Fora uma linha con animais na parte superior.
Arte grega

Sala 8 – Kouros

Os gregos aprenderam dos egípcios. Adotaram a Lei da Frontalidade e também a forma que os egípcios destacavam a musculatura.

Este primeiro momento pós aprendizagem ficou conhecido na arte grega como arcaico. Nele, o os gregos produziram basicamente dois tipos de esculturas, os kouros e as Kores, figuras masculinas e femininas.

São figuras estáticas, simétricas, o peso do corpo se distribui nas duas pernas. São meio rígidas, né? Ainda não sabiam como fazer para que a pedra não quebrasse e por isso ao menos um dos braços ficava coladinho no corpo, para dar maior estabilidade.

De cima para baixo, os cabelos sempre são representados assim meio geometrizados e nas figuras femininas parece uma peruca. O sorriso é arcaico, os olhos exagerados, amendoados, geometrizam os músculos. E demoraram para dar com a melhor forma de representar o joelho.

Os kouros normalmente tinham 1,95 m e a koure, 1,20 metros. Mas tem uma coisa bem diferente dos egípcios, eles queriam representar figuras naturais, portanto o resultado orgânico lhes importava.

o Ideal de Beleza Grego

E outra coisa, as esculturas eram idealizadas. Eles buscavam uma beleza ideal, uma ideia de perfeição. Para isso, usavam modelos reais, mas o melhor de cada modelo, por questões estéticas e não religiosas.

Ainda, os egípcios não faziam esculturas nuas, os gregos desnudavam seus homens, não suas mulheres, ao menos nesse momento!

Importante, estas esculturas estavam totalmente pintadas.

Normalmente estas esculturas ficavam em santuários e tumbas tanto privadas como públicas. Este kouro foi uma oferenda a Poseidon, está datado em 600a.C.
Museu Arqueológico Nacional de Atenas
* No próprio museu se podem ver outros kouros e ver sua evolução no decorrer do anos, quando os gregos vão se distanciando das influências egípcias e desenvolvendo novas técnicas e formas novas de representar os elementos do corpo humano.

Sala 13: Estela

As estelas eram pedras na vertical sobre as quais se faziam relevos. Eram muito utilizados como lápides funerárias, como é o caso dessa peça de 500 a.C.

O mais legal desta peça é que o museu criou uma representação de como ela estaria pintada nos tempos gregos. Como já comentei, as peças não eram branquinhas como a gente vê agora. Eles usavam pigmentos com cores impactantes.

O que a gente vê é o falecido Lyseas representado como adorador de Dionísio. E se sabe isso pelos objetos que traja ou leva, como por exemplo a guirlanda de videira na cabeça ou a taça de vinho em uma de suas mãos. De acordo com a inscrição gravada na base, a estela foi erguida por seu pai – Semon – no túmulo de Lyseas.
Museu Arqueológico Nacional de Atenas

Sala 14: Poseidon of Artemision

Museu Arqueológico Nacional de Atenas Normalmente, estudamos a escultura grega divida em 3 períodos: o arcaico, dos kouros e koures, o clássico da Vênus de Milo (alguns estudiosos acreditam que seja do período seguinte) e o helenístico da Vitória de Samotrácia. Mas para destrinchar mesmo o tema, a divisão utilizada atualmente é de 6 períodos.

E esta escultura estaria num dos períodos de transição conhecido como severo, entre o arcaico e o clássico. Ele já executa um movimento, um de seus pés parece que vai se desprender do chão. E parece mais real.

Neste periodo também se começa a utilizar o bronze. Se no caso do mármore o escultor o que faz é tirar material, no bronze se soma material. Por quê?
– cria a escultura em barro, somando material
– se cria a partir desta escultura um molde em gesso
– se abre o molde, e se perde a escultura em barro.
– neste modelo em gesso, coloca-se cera fundida, e obtem-se um modelo em cera. – a este modelo se incorpora uma rede de canais ao redor
– se cria uma espécie de cobertura sobre este modelo.
– a peça vai para o forno para que a cera se derreta;
– a peça fica oca, se introduz pela rede de canais o bronze fundido
– deixa-se secar e se retira toda a cobertura, quando se obtém a escultura, ufaaaa
– se retiram a rede de canais, se pule o bronze, e se dão todos os acabamentos.

Esta escultura tem este nome porque foi encontrada no Cabo de Artemisio, primeiro um dos braços em 1926 e depois o resto em 1928. A estátua estava dentro de um barco datado entre 1 a.C. e I d.C. (como o jockey com cavalo).

Uma dúvida que se mantém até hoje é que se a escultura representa a Zeus jogando um raio ou Poseidon atirandos eu tridente. Responde aí, o que você acha? Ah, ela é de 460 a.C.

Sala 28: Estátua de bronze de um jovem

Museu Arqueológico Nacional de Atenas Olha a diferença desta escultura com a de Poseidon. Ela é posterior, há mais movimento e o corpo já apresenta mais detalhes, principalmente no que diz respeito ao trabalho dos músculos.

Data de 340/330a.C. provém do mesmo navio onde se descobriu o mecanismo de Antikythera (no extra). Inicialmente se pensou que fosse Perseu e que seguraria a cabeça da Medusa. Mas atualmente, a teoria mais aceita é que se trate de Paris e que em sua mão estivesse a maçã relacionada com sua história.

Sala 30 – Helenismo

No Helenismo, a arte grega deixa de ser tão idealizada, o contato com outras culturas lhe converte em um pouco mais teatral, mais dramática. Encontre o rosto abaixo, que sem estar completo, é forte e muito mais real do que vimos até agora. Data do século II a.C. Representaria um poeta grego ou um governante de Pergamon.

Na mesma sala, verá que com o helenismo o movimento é cada vez mais intenso, como nesta escultura do lutador Gaul, que foi encontrada no Agora da Ilha de Delos, do ladinho de Mykonos. Provavelmente esculpida por Agasias por volta de 100 a.C. O escultor capta um momento em que o jovem está em plena luta.
Museu Arqueológico Nacional de Atenas

Sala 48 – Pinturas de Akrotiri

Um dos poucos exemplares de afrescos que chegaram até nós. Na pintura nada de estilização, desenhos mais livres e um festival de cores. Akrotiri se encontrava numa ilha cicládica – Santorini. Mas por sua proximidade com Creta, sua arte foi altamente influenciada por esta civilização.

Agora pasmem, esta pintura é do século XVI a.C.e sobreviveu graças a uma grande erupção vulcânica. Por isso Akrotiri também é conhecida como a Pompéia do Mar Egeu.

O procedimento para realizar este afresco era bastante trabalhoso:
1 . As paredes de pedra eram cobertas primeiro com barro misturado com palha, depois com uma espessa camada de gesso e por último com sucessivas camadas finas de gesso.
2. O pintor esboçava o desenho preliminar na superfície molhada usando um fio e uma ferramenta pontiaguda.
3. A tinta também devia ser aplicada sobre a superfície molhada, o que levou a sua boa conservação, embora alguns detalhes tenham sido adicionados após a secagem do gesso.
4. As cores eram de origem mineral (ferro para vermelho escuro) ou amarelo ocre, ou sintéticas (pirita com óxidos de cobre e de cal para azul claro).

O sítio arqueológico de onde vieram esta e outras pinturas expostas pode ser visitado em Santorini.
Museu Arqueológico Nacional de Atenas
Extra: um descobrimento genial, também em um naufrágio, a máquina ou mecanismo de Antikythera (Anticítera), que data de 150/100 a.C.

Este extraordinário mecanismo foi encontrado por uns mergulhadores dentro de uma galera romana naufragada na frente da ilha grega de Antikythera. As peças estavam dentro de uma caixa de madeira. Depois de muitas teorias, acredita-se que o mecanismo pode calcular com exatidão as posições e movimentos astronômicos, bem como recriar a órbita irregular da lua. E quem sabe a posição dos planetas.

Agora pasme, seria o primeiro computador do mundo \o/
Museu Arqueológico Nacional de Atenas

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Museu Arqueológico Nacional de Atenas – informação Prática

Horário
De 1 de abril a 31 de outubro abre na segunda das 13:00 às 20:00 horas; de terça a sábado das 8:00 às 20:00 horas.
Fecha nos dias: 25 e 26/dezembro; 1 de janeiro; 25 de março; na Páscoa Ortodoxa e 1 de maio.

Entrada: 10€

O café é ótimo junto a um jardim interno. Faria uma parada após o “Artemisian Jockey” 😉
Museu Arqueológico Nacional de Atenas

Site oficial: http://www.namuseum.gr

Para chegar: a parada de metrô mais próxima é Omonoia, da Linha M2. Está a 800 metros de distância do museu.
Museu Arqueológico Nacional de Atenas

Mecenas do post: Carla Targino

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