Guias de Viagem e Arte

 
 
nov 11 2016

Quer mudar o mundo? Comece pelo seu quintal

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Você não tem a impressão que muitas pessoas ficam o dia todo apenas comentando o mundo?

É claro que tudo nos afeta, mas estamos tão anestesiadas pelos acontecimentos no plano macro, que o resultado é um pessimismo que gera uma anulação no local.

Falo, falo e falo, mas não faço nada.

Edward Hopper
Como otimista empedernida e quem sabe até ingênua, acredito que pequenos atos podem gerar tanto eco quanto a onda nacionlista e populista em que estamos vivenciando nos últimos anos.

Mas para isso é necessário olhar e reagir em nosso entorno. Tô pegando aversão ao imobilismo.

Junto ao imobilismo se fortalece o hipócrita. Que além de não fazer nada para cuidar de seu quintal, ainda estraga o quintal do outro. Mas a hipocrisia é que o sujeito está sempre indignado com os políticos e seus atos corruptos, quando ele é tão corrupto quanto aqueles que são seu objeto diário de lamúrias.

Alguns exemplos práticos no meu quintal

Nos últimos anos passei por algumas situações repletas de hipócritas:
– cai no conto do vigário. Uma pessoa ia abrir um site sobre Barcelona. Como ela sabia que estava a ponto de lançar meu guia da cidade, me pediu se eu podia esperar para lança-lo até que o site estivesse no ar.

Sim, senhores, eu disse que sim. Sem que eu pedisse nada, ela disse que ia vender meu guia, porque imagina se ia escrever o seu próprio. Poucos meses depois que eu lancei meu guia, adivinha, adivinha? Lançou um Guia de Barcelona (risos).

Eu rio porque me parece tão ridículo e mesquinho que alguém faça isso. Afinal todo mundo pode fazer o que bem quiser, prá que a mentira?

– fiz papel de idiota. Já fiz guias personalizados de viagem para muitos blogueiros, até aí tudo 10. Desde que na volta não bloguem meu trabalho.

Mas de uns tempos para cá tenho recebido pedidos de guias de blogueiros que também fazem roteiros personalizados, hammm?!!! Pior, de blogueiros que dizem fazer roteiros personalizados para o mundo inteirinho. Qual a lógica?

– fui roubada. Infelizmente é normal encontrar ladrões de conteúdo. Eles entram nesta nossa casa, copiam, levam meu suor para outras bandas e assinam seu infame nome.

Mas esta semana, este tema atingiu tons de novela mexicana. Uma pessoa criou um blog basicamente com conteúdo roubado.

Para que fosse mais complicado identificar seu ato ilícito, ou seja, com toda a má-fé do mundo, pegou 2/3 posts de blogueiros diferentes e uniu em uma única entrada.

Agiu tão de caso pensado, que dá até medo, você não acha? Ainda mais sabendo que a pessoa se descreve como ex-militar \o/

Alertada que não podia fazer isso, qual sua reação? Ofender as MULHERES que lhe haviam avisado de seu ato delitivo tipificado pela legislação brasileira.

Um dado curioso que faz aumentar meu medo. Na página do facebook que publicita como seu os dizeres alheios, adverte que todo o conteúdo que se encontra em seu site está protegido pelos direitos autorais. Que qualquer alteração não autorizada destes materiais viola as ditas leis? Você acha que é bipolar ou psicótica???

Num tweet para uma blogueira das antigas e super respeitada, que havia advertido do roubo, passou a ofensa (vou tirar nomes de pessoas e lugares):
“vc é um lixo. Vc está comigo na foto em (tal lugar)? Come pela mão dos outros, sua desqualificada”

Antes disso havia escrito outro tweet muito inteligente:
“Vc que tem me acusado de plágio, viaje pelo mundo, faça suas próprias fotos/vídeos e seja homem. Pare de Me seguir”.

Onde chegamos minha gente? Nenhuma palavra sobre os textos roubados?

Agora vem a cereja do bolo, a pessoa afirma que faz o quê? Roteiros personalizados, madre mía do amor hermoso, como? Copiando aqui e acolá?

Eu cuido do meu quintal. Tenho tolerância zero. Meu lema de vida é não faço para os outros o que não quero que façam para mim, mesmo que eu não goste desta pessoa.

Se tem uma lei, siga. Se quer mudá-la ou lhe parece injusta, lute para mudá-la. Sem as leis, o mundo seria um caos.

Toda vez que vejo uma injusta dessas, mesmo que eu não tenha sido copiada, esbravejo. Mas o que a maioria faz? Fica quieta! Onde estão as associações e redes de blogueiros neste momento?

Tirando os crimes contra a vida, hediondos! Tem crime maior do que roubar propriedade intelectual? É como entrassem na minha cabeça, tirassem partes de mim.

Sem contar que você deve imaginar o tipo de escrúpulo de uma pessoa dessas. Você acha que realmente se importa com sua viagem, com aquele momento do ano que permite que possamos suportar vicissitudes por mais 335 dias?

Nesta loucura toda, sigo pensando que o mundo é melhor hoje do que há 100 anos. Há 100 anos uma mulher não podia ter uma conta bancária na Espanha sem que seu marido ou pai assinasse por ela. Não podíamos votar. Na Idade Média, até as nobres não escapavam de ser estupradas. Portanto, o mundo melhorou muito.

Tenho certeza que foi graças ao que cada homem e mulher fizeram em seu próprio entorno. Essa gente soube cuidar de seu quintal. Por isso não lhes decepcione, faça jus a esta memória coletiva maravilhosa, simplesmente fazendo sua parte.

Mas se o imobilismo já te aprisionou, ao menos não estrague o quintal do vizinho.

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* vou usar sempre ela, para fazer referência, porque não quero fazer propaganda para tipo de gente.

Usei as obras do Edward Hopper, porque acredito que ilustram bem como me sinto.

Postado por Patricia de Camargo | Marcadores: