Guias de Viagem e Arte

 
 
jun 18 2012

Trabalhando na Nova Zelândia – Parte 1

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Uma nova etapa na Nova Zelândia. Começa a busca por trabalho, afinal ficar só gastando não dava, tinha que juntar para poder viajar pelo país.

Na sala do hostel um jornal foi o “star”, um grande anúncio sobre a colheita de maçã em uma cidade a 132 km de Queenstown. Uma lida rápida sobre os requisitos necessários para a vaga e fomos a recepção pedir o telefone e ligar para fazenda. O meu inglês já não era muito afiado, pensa como seria no telefone?!?! Mais uma vez as conspirações do bem que ajudam os mochileiros, esteve presente, a recepcionista era brasileira e não só ligou como já agendou a entrevista.

Combinado que chegaríamos em Alexandra, uma cidade ao lado de Roxburg na manhã do dia seguinte. Partimos para viagem, como? Pedindo carona lógico, além de muito em conta, tivemos gratas surpresas.
Nova Zelândia - Trabalho

Depois de fazer o cartaz com o nome da cidade, fomos para o trevo de saída na direção do destino, era minha primeira experiência como carroneiro, não sei se foi a sorte de principiante, mas em pouco mais de 15 minutos parou o primeiro carro disposto a nos levar a uma cidade adiante. Depois de mais 6 caronas, com casal de velhinhos, família com filhos pequenos e uma mãe junto com o bebê, enfim chegamos ao local marcado.
Nova Zelândia - Trabalho
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A primeira entrevista de emprego no exterior e a mais fácil da minha vida. O dono da fazenda perguntou se queria começar imediatamente, 9 da manhã, ou depois do almoço. Preferi começar depois do almoço para procurar onde ficar na cidade. Rapidamente achei o hostel dos colhedores de maçãs. Pessoas do mundo inteiro reunidas e juntando uma grana. Alguns para viajar um pouco mais, outros para voltar a seus países com um dinheiro para recomeçar. Conhecendo as instalações do local, me deparo com uma notícia super simpática de boas vindas … 🙂
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Na volta à fazenda, me deparo com uma vista muito bonita. Macieiras plantadas em linha. Depois de passar no escritório, apresentar o visto de trabalho temporário (seasonal work), fui para um dos blocos, onde iria começar o trabalho com as maçãs verdes. Instrumentos de trabalho, um bag com alças, luvas e uma escada de aproximadamente 2,10m. O gerente olhou para uma linha interminável de árvores e disse: esta é sua linha, tem que colher toda, mas muito cuidado para não machucar as frutas.
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Coloco o bag no peito e começo a colheita, as horas passam e muitas bags foram descarregadas em uma caixa que tem entre as árvores e nem sinal de começar a enchê-la, com o passar do tempo descobri que a caixa tem 300kg! Sobe e desce da escada e descarrega. Cheguei exausto ao final do dia e com a marca de 1 tonelada colhida. Achei que meu número estava bom, mas confesso que desesperado com o quão pesado era o trabalho. Só queira chegar no hostel, ligar para casa pensando seriamente em desistir de trabalhar e ir embora. A pressão de uma tonelada de maçãs, que foi um pouco assustadora!
Nova Zelândia - Trabalho

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Uma semana se passou, já entrosado com o pessoal do trabalho, as coisa ficaram mais fáceis e divertidas, desencanei de ultrapassar a marca de uma tonelada, mesmo pensando diariamente como o pessoal da Malásia e de Vanuatu conseguia colher 5 toneladas, até hoje me pergunto como?!!? Eu conseguia pouco mais de 3 caixas de maçãs, as quais rendiam 35 dólares por caixa.
Nova Zelândia - Trabalho
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Depois do final de semana que teve futebol, golf e festas, entramos na segunda e última semana nas maçãs. Enfrentamos um pouco de chuva, mas foi legal para conhecer a mais moderna técnica de secagem da lavoura, curtam o video.

Finalizando a última semana, e já com a próxima viagem programada a bordo do Nhacá, carro adquirido por 400 dólares, deixamos para trás Roxburg e a colheita de maçãs, afinal tinhamos alcançado o objetivo: juntar um pouco de dinheiro para a próxima viagem 🙂
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Amanhã, conto a história do segundo trampo! Para saber como foi minha chegada à Nova Zelândia, clique aqui. E o meu salto de bungy jump, aqui.

texto, fotos e video: Daniel Portella