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out 28 2015

Viajando nas letras | Todos os dias na Toscana

Todos os dias na Toscana

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Desde que assisti o filme Sob o Sol da Toscana. Em Casa na Itália tinha muita vontade de ler algo da Frances Mayes. Admiro as mulheres capazes de renascer, de se reinventar. Já é tão difícil simplesmente ter voz sendo mulher, quanto mais ser várias em uma mesma vida, eu sei isso seria hilário se não fosse ridículo quando nos encontramos no século 21. Por isso me fascinam estas histórias de mulheres que saíram de sua equivocada zona de conforto.

Frances Mayes já escreveu vários outros livros onde a Toscana é a rainha: Bella Toscana. A Doce Vida Na Itália – Coleção L&PM PocketUm Ano de Viagens e eu decidi ler Todos os Dias na Toscana, onde ela conta como é sua vida nos meses que ela passa na sua casa italiana, já que vive temporadas na Carolina do Norte (Estados Unidos) e outras na Europa.

O livro está dividido por estações e conformado por contos que vão se entrelaçando, encontrando-se e distanciando-se. O mais legal é que ela desmitifica esta visão romântica que viver no interior da Toscana ou de qualquer país europeu é algo sempre idílico e maravilhoso. Ela narra as pragas que assolaram sua casa, as ameaças que sofreu por se opor à uma construção em sua região, mas claro você vai se deliciar com as descrições dos jantares que ela oferece e participa. Aliás, algumas receitas intercalam os capítulos.

As descrições são outro ponto alto do livro junto com seus passeios para estar frente a frente com obras de arte. Para quem sente paixão ou atração pela Toscana é o livro que dá no clavo. Um guia turístico que não é chato!

Prá te convencer veja alguns extratos que já entraram para o caderno de frases para inspirrar ou sair daquela depressão criativa 😉

Tomar uma decisão, meu amigo Fulvio diz, proporciona um uso do termo de forma mais precisa do que o simples verbo decidir. Tomar uma decisão também toma conta de você. Mesmo que, ao descer do carro, eu não soubesse o quanto a minha vida iria mudar, senti algo naquele momento. Eu queria uma abertura, uma oportunidade para me fundir com algo sem limites. Eu, na plenitude da minha ignorância, estava disposta.

Um fiel talvez ecoasse a sublime crença de William Sloane Coffin. “Eu amo a imprudência da fé”, disse ele. “Primeiro você salta, depois cria asas”.

Laços que unem. Não podemos inventá-los, nem dissolvê-los. As circunstâncias podem ser devastadoras, mas o amor se recusa a ceder.

Parece errado que momentos felizes com frequência se misturem no tempo, desfocados numa nódoa de bem-estar, enquanto acontecimentos violentos permanecem vividamente eles mesmos.

Eu costumava citar para meus alunos uma máxima de Ezra Pound: Inove. Ele queria dizer com isso um esforço no sentido do que fosse criativo, um esforço para se afastar do que é conhecido, aceito, esperado. Cair em trilhas já desgastadas pode ser confortável, mas é difícil se alçar acima das margens daquilo em que você caiu. Aos poetas ele aconselhava abandonar velhas formas e rimas, encontrar suas vozes em algo novo. Como uma filosofia de vida, inovar desafia o dia. Como escritor, ele conhecia o ofício.

Todos os dias na Toscana


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